terça-feira, 8 de março de 2011

8 de março


Um dia só para lembrar as conquistas daquelas que todos os dias vencem obstáculos, superam barreiras. Para que essa data existisse foi necessário que muitas delas morressem antes disso. Para alcançar as atuais conquistas, muitas outras se foram.
E mesmo diante do espaço aberto a nós na sociedade, o caminho ainda é complicado, cheio pedras, as constroem as barreiras do preconceito e da discriminação.
Quando buscamos independência, não queremos somente uma função a mais para somar às habituais atividades domésticas (a jornada tripla ou quádrupla da trabalhadora, mãe, esposa, dona de casa).
Queremos também compreensão, que os homens façam parte desse nosso universo assim como fazemos parte do mercado de trabalho. Colaboração, troca de experiências. Convivência de igual para igual. Alguns alcançaram esse nível, mas a grande maioria, infelizmente, ainda se prende aos conceitos tradicionais. Nada que nós, com nossa delicadeza e força, não consigamos superar. Só acho que tudo poderia ser mais fácil se, nessas horas, o ser humano usasse a razão que lhe difere dos demais animais, e enxergasse que juntos todos chegam ao melhor resultado.
Muitos 8 de março estão por vir. Que a cada ano, uma conquista a mais faça parte dessa história marcada por lutas. Parabéns a todas nós! E para finalizar, um poema de um escritor que admiro muito: Pablo Neruda.

Mulheres

Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.
Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.
Elas andam sem novos sapatos para
suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversario ou um novo casamento.

Pablo Neruda

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