quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A Turma da Mônica também cresceu

É isso mesmo. Já estão nas bancas a revista com a Turma da Mônica adolescente. Agora com 15 ou 16 anos, as personagens passaram por algumas transformações e passam a viver experiências típicas da adolescência. A Mônica, fez dieta e emagreceu. O Cebolinha, agora Cebola, passou por um fonoaudiólogo e só troca o R pelo L quando fica nervoso. O Cascão, quem diria, passa a tomar banho.
A quarta edição da revista chega às bancas em breve. Neste número, a Mônica beija o Cebolinha. Em entrevista ao G1, o cartunista Maurício de Sousa, não revelou se o beijo acaba em namoro. Maurício diz ainda que a versão manga da Turma pode frustrar alguns leitores mais tradicionalistas, para outros, pode ser interessante.
"Temos três tipos de leitores atualmente: os veteranos que já liam a revista e a tem como uma recordação da infância. Os jovens, que querem conferir para ver se os personagens agem e reagem como eles mesmos. E a criançada, que quer ser igual à Turma da Mônica quando crescer. Eles vão curtir, achar interessante, bonitinho. Mas é capaz que os mais velhos falem: 'pecado, isso não poderia ter acontecido. Meus ídolos de infância envelheceram, eu eu também envelheci’”, disse o cartunista à equipe do G1.
A 4ª edição da revista chega às bancas com uma tiragem de 300 mil exemplares sendo aumentada a cada novo volume. Abaixo, a "cena" do beijo entre Mônica e Cebolinha e a capa da 4ª edição da Turma da Mônica Jovem.




Boa ou ruim, a mudança tem chamado a atenção. Tanto que a Mônica é capa da edição de aniversário da revista Sax. A publicação, voltada para temas relacionados a moda e artes, traz oito páginas de entrevista com o criador da Turma da Mônica. Para a revista, Maurício afirmou que a versão manga da Turma pode se transformar em uma série de desenhos animados no Cartoon Network. O seriado seria exibido em todo o mundo. É a Turma da Mônica crescendo em todos os sentidos.

Abaixo, Mônica adolescente na capa da revista Sax.


OBS: As revistas em quadrinhos infantis da Turma da Mônica continuam em circulação.

Fontes:
G1: http://g1.globo.com/Noticias/Quadrinhos/0,,MUL881139-9662,00-MONICA+E+CEBOLINHA+SE+BEIJAM+NOVA+FASE+DA+TURMA.html

Blog dos Quadrinhos: http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/arch2008-11-01_2008-11-30.html#2008_11-23_16_57_20-10623622-27

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Música para Acalmar a Alma...

A música de hoje fica por conta de Jorge Drexler. Um cantor e compositor uruguaio que se consagrou com a música "Al Otro Lado del Río", primeira canção em espanhol a ganhar um Oscar na categoria musical.
A voz aliada ao arranjo como um todo, dão às músicas a peculiaridade de Drexler.
Abaixo, duas canções que me encantam. Espero que gostem.
Todo se Transforma


Mi Guitarra y Vos


Agora, a canção que consagrou Drexler no cenário musical. "Al Otro Lado Del Río"



OBS: Em tempo.Meu muito obrigada a meu amigo chileno Mauricio por me "apresentar" a Drexler.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Sobre o Jornalismo... Só quem nasceu para ele entende

Ao contrário do que muitos pensam, Jornalismo é muito mais que glamour. Aliás, glamour a profissão só tem para quem está fora dela. Horas e mais horas de muito trabalho para que tudo chegue ao público de forma clara e precisa. Todo o esforço é compensado pelas descobertas e emoções únicas que esta profissão proporciona. Espero, em breve, retornar a este universo fascinante. Abaixo, um texto que amo. Considero uma das melhores definições para esta profissão. O autor? Ninguém menos que Gabriel García Márquez.

"Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."
Gabriel Garcia Márquez

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Música...

Suavidade e força. É esta a marca da música de Brandi Carlile. A cantora e compositora norte-americana natural de Ravensdale, Washington, começou a tocar guitarra e escrever canções com apenas 15 anos. Antes de assinar contrato com uma gravadora, Carlile cantava com dois irmãos gêmeos Tim e Phil Hanseroth. A cantora atraiu a atenção da indústria musical depois de Dave Matthews ouviu a interpretação da sua banda em 2003 no Sasquatch! Music Festival. Para quem se interessar, segue abaixo um pouquinho do som de Brandi Carlile. A música é: The Story do álbum de mesmo nome lançado pela Columbia em 2007.
Durante quase todo o ano, o mundo acompanhou a corrida eleitoral para a presidência dos Estados Unidos. Depois de alguns meses, a primeira vitória: Barack Obama vence Hillary Clinton. Mas, ainda resta muito trabalho. Em novembro, o resultado final: Obama é eleito presidente dos EUA. O mundo vibra. Sinal de mudança no ar.
Sim, algo novo está por vir. Mas, ao mesmo tempo, é preciso que estejamos todos conscientes de que nem todas as decisões provêm somente da vontade do novo presidente.
Reflexões a parte, é hora de conhecer melhor a vida do homem que começa a fazer história no século XXI.
Abaixo, entrevista concedida pela esposa de Obama à equipe do Telegraph.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Entre Vistas... Para refletir

Entrevista feita por Camilo Vannuchi para a revista Isto É.
O entrevistado é Roberto Shinyashiki. Vale a pena ler.

Em "Heróis de Verdade", o escritor combate a supervalorização das aparências,
diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.

Isto É - Quem são os heróis de verdade?

Roberto Shinyashiki - Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso,
você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe.
O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa,há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados.
Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa.
Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe.
O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.
Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros.
São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

Isto É - O sr. citaria exemplos?

Shinyashiki - Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia.
Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.
Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene".
É uma pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana.
Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio.
Por que tanta gente se mata?
Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

Isto É - Qual o resultado disso?

Shinyashiki - Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim.
Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança.
Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos.
Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

Isto É - Por quê?

Shinyashiki - O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento.
É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.
Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras.
Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco,
pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa.Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas.
Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

Isto É - Há um script estabelecido?

Shinyashiki - Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um Presidente de multinacional no programa O Aprendiz?
"Qual é seu defeito?"
Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal:
"Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar."
É exatamente o que o Chefe quer escutar.
Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido?
É contratado quem é bom em conversar, em fingir.
Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.
O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir".
Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

Isto É - Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki - Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim
e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência.
Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira.
Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão.
Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado.
Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

Isto É - Está sobrando auto-estima?

Shinyashiki - Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.
Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom.
Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.
As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam.
E poucos são humildes para confessar que não sabem.

Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim.
Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

Isto É - Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo
e de valorizar a aparência?


Shinyashiki - Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis.
Quem vai salvar o Brasil? O Lula.
Quem vai salvar o time? O técnico.
Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.
O problema é que eles não vão salvar nada!
Tive um professor de filosofia que dizia:
"Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham".
Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia.
Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo.
A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda,todo mundo o considera um fracassado.

Isto É - O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki - Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado.
A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso.
Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram.
A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

Isto É - Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas,já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki - Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir mais facilmente.
Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos).
Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos.
Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse.
Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo.
O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo.
Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?"
Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

Isto É - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki - O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las.
São três fraquezas.
A primeira é precisar de aplauso,
a segunda é precisar se sentir amada
e a terceira é buscar segurança.
Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram.
Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno.
Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards.
Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates.
O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

Isto É - Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade.
A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais.
A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias.
A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder.
O resultado é esse consumismo absurdo.
Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo.
Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas.
As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade.

Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.
Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento.
Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros,levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema.
Quando era recém-formado em São Paulo,trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes.
Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz:
"Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz".
Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.
Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida."