quinta-feira, 13 de novembro de 2014

DESACELERA...

Desacelera, Ana Cláudia. De-sa-ce-le-ra!
Esse verbo tem me acompanhado há algum tempo. Com mais frequência, nos últimos anos, quando passei a me dividir em mil e uma funções. Das aulas de pilates às de direção, tive que me concentrar em diminuir o ritmo. Tarefa difícil, principalmente quando nos acostumamos a correr sem parar para pensar na rotina frenética em que nos colocamos.
Sim, tudo na vida é uma questão de escolha. Movidos por uma necessidade momentânea ou a longo prazo acumulamos responsabilidades, planos... Nos perdemos em nossos planejamentos. Contamos as horas, traçamos roteiros para nossas vidas. Temos que cumprir metas.
Na ditadura dos relógios, em busca do que projetamos adiante, acabamos por deixar passar - por vezes - o essencial. Quando a gente desacelera percebe tudo com mais clareza. É aí que temos a chance de observar, com CALMA, o que a alma tem de fato a dizer.
É devagar que a vida vai dando certo. É aos poucos que a vida acontece. Respire fundo, sem pressa. Desacelere seus pensamentos... Crie uma nova rotina. Sinta a vida ao invés de simplesmente achar que vive. A mudança acontece. No tempo certo, quando tem que ser. Sem ansiedade o olhar sobre o mundo é diferente. Com mais leveza é mais fácil ser feliz.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Ana... Crônica

Observadora do tempo...
Dona de mim.
Calmaria ou tormento.
Início ou fim.
Na relatividade do universo
Sou Ana... Crônica.
Prosa em verso.
Nota desarmônica
Na busca do melhor tom
Antagônica sinfonia
Bem e mal, mau ou bom
Equilíbrio, vida em harmonia.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Attraversiamo: Um Pouco Mais Sobre as Travessias

"O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia"

A frase de Guimarães Rosa é para lembrar o post sobre a vida e suas travessias e, claro, retomar o assunto conforme foi prometido. Essa travessia cheia de vida, com seus altos e baixos existe para mostrar a efemeridade das coisas, de nós mesmos. Vivemos intensamente emoções. Quantas vezes achamos que a dor não iria passar, e passou? Na empolgação da alegria nos esquecemos que ela também não é eterna.
Viver plena e conscientemente cada instante que a vida nos proporciona é que dá sentido a ela. É o se conhecer para evoluir. Avançar, abrir caminhos e atravessar a fase na qual se está. Termina um período, outro tem início. Todo novo começo vem do fim de um outro começo. As travessias são importantes para o crescimento. E não foi só Guimarães Rosa quem destacou isso não.
A escritora norte americana Elizabeth Gilbert falou sobre o mesmo assunto em uma de suas mais conhecidas obras: "Comer, Rezar e Amar". O termo usado é um verbo em italiano: "attraversiamo" , que significa vamos atravessar. Assim mesmo, conjugado na primeira pessoa do plural. Porque todos nós fazemos nossas travessias. Algumas vezes juntos, dividindo sentimentos e sensações. Outras, acompanhados de nós mesmos, numa jornada que precisa ser vencida pelo "eu".

Liz Gilbert, em suas andanças na busca por ela mesma, pela pessoa que se perdeu em meio a expectativas e rotinas alheias à sua, descobre o mundo e se encontra. Conhece o verbo "attraversiamo" em sua passagem pela Itália. Em seguida, descobre que cada um deve ter uma palavra para se identificar com a vida. Ao se autodescobrir volta ao "attraversiamo", sua palavra de vida. Ela atravessou o mundo em busca do encantamento que tinha perdido. Encontrou e renasceu.
Claro que não é preciso darmos a volta ao mundo para fazermos nossas travessias. Basta nos libertarmos do que nos prende. Conceitos, opiniões... O que vem dos outros, aos outros pertence. Cada um sabe de si, de sua travessia. Que façamos com que ela seja suave. Que tenhamos força para suavizar as intempéries. Que sejamos nós em nós mesmos, muito além das expectativas e projeções que nos lançam. Que possamos viver nossa real travessia.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Quem já ouviu Semisonic?

Hoje, o papo é sobre música. O Atemporal viajou no tempo e apresenta a você um pouco do rock alternativo do Semisonic. O grupo criado em 1995 - em Minneapolis no estado de Minnesota, nos Estados Unidos - surgiu depois que a Trip Shakespeare se desfez. Os integrantes, Dan Wilson (Guitarra/Vocal), John Munson (Baixo) se uniram ao guitarrista Jacob Slichter e formaram uma nova banda.
Neste mesmo ano foi lançado o primeiro trabalho, " Pleasure", um EP (sigla em inglês de Extended Play, um cd com número menor de músicas). Em 1996, veio o álbum completo, "Great Divide".
Você com certeza deve ter ouvido alguma música desses caras. O som é bem marcante. Um rock meio Indie... Som alternativo bem elaborado. Uma das canções mais conhecidas é de 1998, "Closing Time". Foi inclusive trilha sonora de filmes recentes.



Uma outra canção que fez bastante sucesso foi "Secret Smile". Em 1999, foi uma das mais tocadas nas rádios do Reino Unido.



"All About Chemistry", que traz uma música com o mesmo título é um cd de 2001.



Em 2002, veio "One Night at First Avenue". Um álbum gravado ao vivo na cidade onde o grupo nasceu. Esta foi a última gravação do Semisonic até o momento.

Foram sete anos juntos. Hoje, integrantes do Semisonic fazem trabalhos solo. Volta e meia realizam alguns shows como nos velhos tempos. Em entrevista à revista Rolling Stone no ano passado,  Dan Wilson - que atualmente faz apresentações sozinho - disse que a banda "não é uma porta fechada". Pensa até que um novo álbum com o grupo seria interessante.
Vamos aguardar então. Porque a boa música não pode parar.

domingo, 31 de agosto de 2014

Um Pouco Sobre a Vida

A vida é feita de aprendizados. Lições que acumulamos ao longo do tempo. Sentimentos que são acrescentados a cada nova vivência e aqueles que amadurecem com os novos acontecimentos. Sim, alguns sentimentos nos acompanham ao longo de toda a vida e se transformam à medida em que lidamos com eles. Amor, ódio, frustrações, medos... São constantes. O cotidiano nos coloca em contato com situações que nos levam a essas sensações com frequência.
Tenho refletido a respeito disso ultimamente. Um desses sentimentos me veio à tona quando visitei minha cidade natal, Brasília de Minas. Fui a lugares onde passei minha infância. A pracinha da igreja Matriz é um desses locais. Perto de minha antiga casa e cheio de verde, paz... Ir para lá era sempre festa. E foi quando voltei lá que me lembrei, que além da alegria tinha também medo, sim medo, quando chegava perto dessa escadaria. Ela era enorme aos meus olhos. Tinha medo de cair daí. Descia com cuidado. Na correria típica de criança, me desequilibrei, tropecei algumas vezes. Talvez da lembrança dessas quedas viesse o medo.
O tempo passou. Hoje, a escada parece menor. O receio de descer ou subir os degraus já não existe. O que sinto, quando volto aqui é saudade do tempo em que uma das minhas preocupações era simplesmente tomar cuidado com a escada. A travessia que passou a ser cheia de receio, agora é conduzida pelas recordações inocentes.
Foi imersa nessa sensação de leveza dos primeiros passos, das emoções passadas que já não se parecem nada com as hoje que vi que mesmo distantes estas sensações têm um elo. Um caminho que foi percorrido até chegar ao momento presente.
Dia após dia, a vida nos coloca à prova, nos testa mesmo. Temos os mesmos sentimentos em situações diversas. Caímos, nos levantamos, seguimos. Tentamos de novo e de novo. Se formos persistentes e conscientes dos caminhos a serem seguidos, vencemos. E é aí, quando nos superamos, quando passamos por cima do que antes nos parecia impossível é que vemos que os medos de antes, lá do início, que deixamos para trás, não tinham muito sentido.
Um dia, voltamos para encarar cada um deles. Aí, notamos que já não existem. Eles sumiram quando nos esquecemos deles, quando surgiram desafios maiores. Crescemos, em estatura talvez, mas com certeza em maturidade. Porque a vida é isso: crescimento constante. Um emaranhado de emoções que ora são positivas e nos enchem de alegria, ora negativas e nos fazem ver que é preciso lutar.
No fim das contas, a vida - essa professora - quer mesmo é nos ensinar que o equilíbrio existe e nos faz bem.
A inconstância nos mostra que nada é eterno. Entre altos e baixos, temos a chance de balancear nossas emoções Tem uma frase do Guimarães Rosa que sempre me lembro. "O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia". Estamos de passagem por aqui. Vivemos de pequenos ciclos que começam e terminam. O que levamos de cada um desses períodos se reflete no que vem adiante. São nessas travessias que nos encontramos um pouco mais, nos descobrimos. Bom, o assunto é extenso. Sei que ainda tenho muito o que aprender. Sobre essas travessias, tenho também muito o que falar. Vou guardar para outro post.