domingo, 24 de outubro de 2010

Texto de uma escritora espetacular

Olá!!! Demorei, mas voltei. E apareci pra compartilhar um texto de uma escritora que me prendeu a atenção pela maneira maravilhosa como lida com as palavras: Ana Cláudia Saldanha Jácomo. Mais conhecida como Ana Jácomo. Abaixo, um texto que tira a necessidade de apresentação ou mais explicações a seu respeito.

"Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano. Como o toque bom do sol quando pousa na pele. A solidão que é encontro. O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado. A lua quando o olhar é grande. A doçura contente de um cafuné sem pressa. O trabalho que nos erotiza. Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados. O poema que parece que fomos nós que escrevemos. A força da areia molhada sob os pés descalços. O sono relaxado que põe tudo pra dormir. A presença da intimidade legítima. A música que nos faz subir de oitava. A delicadeza desenhada de improviso. O banho bom que reinventa o corpo. O cheiro de terra. O cheiro de chuva. O cheiro do tempero do feijão da infância. O cheiro de quem se gosta. O acorde daquela risada que acorda tudo na gente. Essas coisas. Outras coisas. Todas, simples assim.
Tenho aprendido com o tempo que a mediocridade é um pântano habitado por medos famintos, ávidos por devorar o brilho dos olhos e a singularidade da alma. Que grande parte daquilo em que juramos acreditar pode ser somente crença alheia que a gente não passou a limpo. Que pode haver algum conforto no acordo tácito da hipocrisia, mas ele não faz a vida cantar. Que se não tivermos um olhar atento e generoso para os nossos sentimentos, podemos passar uma jornada inteira sem entrar em contato com o que realmente nos importa. Que aquilo que, de fato, nos importa, pode não importar a mais ninguém e isso não tem importância alguma. Que enquanto não nos conhecermos pelo menos um pouquinho, rabiscaremos cadernos e cadernos sem escrever coisa alguma que tenha significado para nós.
Tenho aprendido com o tempo que quando julgamos falamos mais de nós do que do outro. Que a maledicência acontece quando o coração está com mau hálito. Que o respeito é virtude das almas elegantes. Que a empatia nasce do contato íntimo com as nuances da nossa própria humanidade. Que entre o que o outro diz e o que ouvimos existem pontes ou abismos, construídos ou cavados pela história que é dele e pela história que é nossa. Que o egoísmo fala quando o medo abafa a voz do amor. Que a carência se revela quando a autoestima está machucada. Que a culpa é um veneno corrosivo que geralmente as pessoas não gostam de ingerir sozinhas. Que a sala de aula é a experiência particular e intransferível de cada um.
Tenho aprendido com o tempo coisas que somente com o tempo a gente começa a aprender. Que o encontro amoroso, para ser saudável, não deve implicar subtração: deve ser soma. Que há que se ter metas claras, mas, paradoxalmente, como alguém me disse um dia, liberdade é não esperar coisa alguma. Que a espontaneidade e a admiração são os adubos naturais que fazem as relações florescerem. Que olhar para o nosso medo, conversar com ele, enchê-lo de cuidado amoroso quando ele nos incomoda mais, levá-lo para passear e pegar sol, é um caminho bacana para evitar que ele nos contraia a alma.
Tenho aprendido que se nos olharmos mais nos olhos uns dos outros do que temos feito, talvez possamos nos compreender melhor, sem precisar de muitas palavras. Que uma coisa vale para todo mundo: apesar do que os gestos às vezes possam aparentar dizer, cada pessoa, com mais ou menos embaraço, carrega consigo um profundo anseio por amor. E, possivelmente, andará em círculo, cruzará desertos, experimentará fomes, elegerá algozes, posará de vítima para várias fotos, pulará de uma ilusão a outra, brincará de esconde-esconde com a vida, até descobrir onde o tempo todo ele está." 


EXTO DE ANA JACOMO (http://anajacomo.blogspot.com)

sábado, 28 de agosto de 2010

El Cuarteto de Nos: Um grupo Atemporal

Bom, pra marcar a volta de meus posts nada melhor do que apresentar à você uma banda atemporal : El Cuarteto de Nos. O grupo uruguaio existe desde os anos 80 e mesmo com tanto tempo de existência e estando bem ao lado do Brasil, pouco se ouve falar sobre a banda por aqui. Até mesmo na internet, quase não se vêem páginas em português a respeito do grupo que atravessa gerações com seu estilo musical único. Então, para que você conheça melhor o som desses nossos vizinhos uruguaios, aí vão algumas informações e, claro, músicas.
Formada, incialmente, pelo baixista Santiago Tavella (Santi) e pelos irmãos guitarristas Roberto Musso (Rober) e Ricardo Musso (Riky), a banda se apresentou pela primeira vez em 1980 no Teatro Tinglado, no Uruguai, com uma linha musical que poderia ser definida como jazz-rock totalmente instrumental. Em 1984, o baterista Álvaro Pinto (Alvin) se juntou ao grupo. Os quatro são também vocalistas. O primeiro álbum foi lançado em 1986, com o título “Soy Uma Arveja”.



Em 1990, “Canciones Del Corazón”, lançado em cassete, foi um grande sucesso comercial. Os trabalhos mais recentes da banda são os cd’s “Raro” (2006) e “Bipolar” (2009). No meio da criação desse último, o grupo, que até então mantinha sua formação original, ganhou dois novos membros: o guitarrista Gustavo Antuña e o tecladista Santiago Marrero.

O estilo musical do El Cuarteto de Nos é marcado pelo senso de humor ao retratar fatos do dia-a-dia. Muitas canções são um convite à reflexão. Para se ter uma ideia do que estou querendo dizer, recomendo duas músicas. A primeira: “Ya no sé que hacer conmigo", do cd "Raro".



E a segunda: “Doble Identidad”, do álbum "Bipolar".



Discografia:
• El Cuarteto de Nos - Alberto Wolf - 1984
• Soy una arveja - 1986
• Emilio García - 1988
• Canciones del Corazón - 1990
• Otra Navidad en las Trincheras - 1994
• Barranca Abajo - 1995
• La misma porquería - 1995
• El Tren Bala - 1996
• Revista ¡¡Ésta!! - 1998
• Cortamambo - 2000
• El Cuarteto de Nos - 2004
• Raro - 2006
• Bipolar - 2009

Fontes: La República
Wikipedia

domingo, 8 de agosto de 2010

Voltando aos poucos...

Em meio à correria acabei de afastando daqui. Masm agora, decidi voltar. É um retorno gradual. Estou à procura de algo bacana pra postar. Espero encontrar logo e que, claro, vocês gostem.
Até breve!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ana... Crônica

Depois de um tempo fora, muitos acontecimentos e distância da poesia, eis que volto a escrever. O resultado está logo abaixo.Acho que ainda está meio cru. Mas, não consegui alterar muita coisa. Então, decidi compartilhar com vocês. O título é o mesmo deste post: Ana... Crônica.

Ando em meio à multidão.
Divago em pedaços de mim.
Não nasci para a solidão.
Já não sei se o início está no fim.
Escrevo textos... Poesias...
Sou Ana... Crônica.
Vejo em cantos a magia
Sou nota desarmônica.
Procuro a melhor sinfonia.
Busco rimas que não casam.
A letra forma, aos poucos, melodia
Em sentimentos que se defasam.
Livros, canções, dança...
Arte que me move.
Sonho de criança.
Que cresce... Explode.
Trilha sempre sonora
Trilhada por vezes sozinha
Dicotomia que incomoda
Torna tortas muitas linhas.